Pala é uma ilha onde existe uma sociedade ideal, espécie de Utopia à Thomas Morus. Budismo e hinduísmo são as filosofias por que se regem os habitantes de Pala. Sociedade que floresce há cento e vinte anos, atrai a inveja de quantos vivem fora dela. Uma conspiração para invadir Pala, rica em petróleo, é o móbil desta sátira sobre a civilização ocidental, corruptora do Mundo. Will Farnaby, inicialmente um agente dos conspiradores, chega à ilha e poderá testemunhar a injustiça e crueldade a que esta sociedade ficará sujeita quando a invasão se der. É um Huxley absolutamente céptico e desencantado que aqui comparece. É um livro sobre a concupiscência, a ganância e a cobiça dos homens – do homem branco, alegoricamente representado -, assassinos de todas as comunidades pacíficas, que como Pala não têm lugar no mundo moderno. Publicada em 1962, A Ilha é o romance final dum escritor que, aos nossos olhos, funda a sua literatura numa capacidade profética que, em 2022, nos parece óbvia e certa.