“Contos do Gin-Tonic”, de Mário-Henrique Leiria, data de 1973, e reúne textos onde o nonsense, a narrativa insólita, o colocar em derisão do sentido literal de expressões correntes produzem um humor que tem como alvo o absurdo real. E lemos histórias onde o absurdo é mesmo a personagem principal: depois da absolvição de três réus, um queixoso que nunca se levanta – por causa do ínfimo pormenor biográfico de estar morto.
Primeiros-ministros que perdem o pé perante manifestações de apoio, vindo a estatelar-se no empedrado. Namorados que, no instante do beijo, são atravessados por rajadas de napalm. Tudo em doses bem calibradas de gin-tonic e literatura.